Este artigo aborda os principais medicamentos e cuidados na área de alergia e otorrinolaringologia, com foco em soluções salinas, lavagens nasais, antialérgicos e antigripais. Discutimos o uso de anti-histamínicos no manejo de crises respiratórias, como a rinite alérgica, os benefícios e riscos dos corticosteroides sistêmicos, as vantagens e restrições dos antigripais isentos de prescrição, além da importância das lavagens nasais como adjuvantes e preventivas. Também exploramos suplementos alimentares e medidas preventivas complementares, culminando em considerações finais sobre a integração dessas abordagens para o bem-estar respiratório.
As doenças alérgicas e respiratórias, como rinite alérgica, sinusite e gripes, afetam milhões de pessoas globalmente, impactando a qualidade de vida. A abordagem terapêutica combina medicamentos, como antialérgicos e antigripais, com medidas não farmacológicas, como lavagens nasais. Este artigo detalha essas estratégias, destacando sua eficácia, limitações e indicações, com base em evidências científicas e recomendações de saúde (Ministério da Saúde, 2023).
Os anti-histamínicos são amplamente utilizados no tratamento de crises alérgicas, como a rinite, que se caracteriza por espirros, coriza e coceira nasal. Os anti-histamínicos de segunda geração, como loratadina e cetirizina, são preferidos por causarem menos sedação em comparação com os de primeira geração, como a difenidramina. Eles bloqueiam a ação da histamina, reduzindo sintomas alérgicos (SEIDMAN et al., 2015). Contudo, sua eficácia é limitada em sintomas como obstrução nasal severa, onde outros tratamentos, como corticosteroides nasais, podem ser necessários (BROZEK et al., 2017). A escolha do anti-histamínico deve considerar a gravidade dos sintomas e a tolerância do paciente (ANVISA, 2022).
Os corticosteroides sistêmicos, como a prednisona, são indicados em casos graves de alergias ou crises respiratórias, como exacerbações de asma ou rinite severa. Eles reduzem rapidamente a inflamação, proporcionando alívio em poucos dias (BARNES, 2010). No entanto, seu uso prolongado está associado a efeitos adversos, como ganho de peso, osteoporose e supressão adrenal (LIU et al., 2013). Por isso, são recomendados em curtos períodos e sob supervisão médica, com preferência por corticosteroides nasais em casos crônicos para minimizar riscos (FIOCRUZ, 2021).
Antigripais isentos de prescrição, como aqueles contendo paracetamol, pseudoefedrina ou clorfeniramina, oferecem alívio sintomático para gripes e resfriados, reduzindo febre, dor e congestão nasal. Sua principal vantagem é a acessibilidade, permitindo uso imediato sem consulta médica (ANVISA, 2020). Contudo, há restrições: o uso indiscriminado pode mascarar sintomas de infecções mais graves, e componentes como descongestionantes podem causar hipertensão em pacientes predispostos (CDC, 2022). É essencial respeitar as doses recomendadas e evitar uso prolongado (OMS, 2021).
As lavagens nasais com solução salina (0,9% ou hipertônica) são um adjuvante eficaz no tratamento de rinite e sinusite, pois removem alérgenos, muco e irritantes das vias nasais. Estudos mostram que a irrigação nasal melhora a eficácia dos antialérgicos, reduzindo a necessidade de medicamentos em alguns casos (PAPSIN; MC TAVISH, 2003). A técnica é segura, de baixo custo e pode ser realizada com seringas ou dispositivos específicos, como frascos de irrigação (HARVARD MEDICAL SCHOOL, 2023).
Além de auxiliar no tratamento, as lavagens nasais têm papel preventivo, especialmente em pacientes com rinite alérgica. A remoção regular de alérgenos e poluentes das narinas reduz a frequência e a gravidade das crises (RABAGO et al., 2006). A prática é particularmente útil em ambientes urbanos, onde a exposição a poluentes é alta, sendo recomendada uma ou duas vezes ao dia em períodos de maior risco alérgico (USP, 2022).
Suplementos como vitamina C, zinco e probióticos podem fortalecer o sistema imunológico, reduzindo a suscetibilidade a infecções respiratórias. Estudos sugerem que probióticos podem diminuir a severidade de alergias respiratórias ao modular a resposta imune (WANG et al., 2014). Além disso, medidas como evitar alérgenos (poeira, pólen), manter a casa ventilada e usar umidificadores em ambientes secos são estratégias complementares eficazes (MAYO CLINIC, 2023). A hidratação adequada e uma dieta equilibrada também são fundamentais (UNIFESP, 2021).
O manejo de condições alérgicas e respiratórias requer uma abordagem integrada, combinando medicamentos como anti-histamínicos, corticosteroides e antigripais com medidas não farmacológicas, como lavagens nasais e prevenção ambiental. As lavagens nasais destacam-se por sua simplicidade e eficácia, enquanto os medicamentos devem ser usados com cautela, respeitando indicações e limitações. A consulta médica é indispensável para personalizar o tratamento, garantindo segurança e eficácia. A educação do paciente sobre essas estratégias é crucial para melhorar a qualidade de vida e reduzir o impacto das doenças respiratórias.
AUTOR: Daniel R Alves J. Especialista de treinamento em vendas, atenção farmacêutica e vacinação. Farmacêutico Bioquímico: CRF SP 39673
Todas as informações redigidas neste artigo, possuem as seguintes referências:
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