A vacinação não é apenas uma responsabilidade da infância: adultos, idosos e gestantes também devem manter sua caderneta de vacinação em dia. Este artigo apresenta dados alarmantes sobre o retorno de doenças antes erradicadas, além de orientações claras sobre quais vacinas são indicadas a partir dos 15 anos. Também inclui tabelas com os esquemas recomendados para adultos, idosos e gestantes, reforçando a importância da imunização em todas as fases da vida.
Muito se fala sobre a vacinação infantil, mas o cuidado com a imunização ao longo da vida ainda é negligenciado por grande parte da população brasileira. Vacinas são seguras, eficazes e fundamentais para evitar o retorno de doenças graves já controladas, como sarampo, rubéola e poliomielite. A partir dos 15 anos, o esquema vacinal se adapta às necessidades de cada fase da vida, considerando condições específicas como gestação, idade avançada, exposição ocupacional e doenças crônicas.
A pergunta que não quer calar é: você está com o seu cartão de vacinação atualizado?
A vacinação em massa foi responsável por eliminar ou reduzir drasticamente diversas doenças. Segundo dados da Fundação Butantan e do Ministério da Saúde:
– Varíola foi erradicada mundialmente em 1980.
– Poliomielite, responsável por paralisias e mortes, teve seu último caso no Brasil em 1989.
– Sarampo teve redução de 99% nos casos após campanhas de vacinação, mas voltou a circular após queda da cobertura vacinal.
– A rubéola e a síndrome da rubéola congênita foram eliminadas no Brasil em 2015.
Entretanto, com a queda na adesão à vacinação, essas doenças estão ressurgindo. O sarampo, por exemplo, voltou a registrar surtos a partir de 2018, com mais de 20 mil casos notificados no Brasil em 2019 (UFSM, 2022).
Aos 15 anos, inicia-se a fase chamada de vida adulta jovem, na qual reforços vacinais são necessários para garantir a continuidade da proteção. As vacinas recomendadas incluem:
– dT (difteria e tétano) – reforço a cada 10 anos.
– Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) – 1 ou 2 doses conforme histórico.
– Hepatite B – 3 doses, se não vacinado anteriormente.
– Febre amarela – dose única para residentes ou viajantes em áreas de risco.
– COVID-19 – conforme recomendações atuais do Ministério da Saúde.
– HPV (papilomavírus humano) – até os 26 anos para mulheres e 45 para imunossuprimidos.
A partir dos 60 anos, o sistema imunológico passa a responder de forma menos eficiente, aumentando a vulnerabilidade a infecções. Por isso, vacinas específicas são recomendadas para essa faixa etária:
– dT ou dTpa – reforço a cada 10 anos.
– Influenza (gripe) – dose anual.
– Pneumocócica 23-valente – protege contra pneumonia e infecções do trato respiratório.
– Hepatite B – 3 doses, se esquema incompleto.
– Herpes zóster – uma dose (recomendada para maiores de 60 anos).
Vacinar-se é um ato de autocuidado e de responsabilidade coletiva. Adultos e idosos que mantêm seu esquema vacinal atualizado ajudam a proteger não apenas a si mesmos, mas toda a comunidade — inclusive crianças, gestantes e imunocomprometidos.
Mantenha sua caderneta de vacinação sempre em mãos e consulte o farmacêutico ou profissional de saúde de sua confiança para verificar se há vacinas pendentes. Lembre-se: vacina boa é vacina no braço!
AUTOR: Daniel R Alves J. Especialista de treinamento em vendas, atenção farmacêutica e vacinação. Farmacêutico Bioquímico: CRF SP 39673
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