A transição da infância para a adolescência representa não apenas mudanças físicas e comportamentais, mas também um momento-chave para a imunização. A partir dos 10 anos de idade (faixa que abrange a pré‑adolescência e início da adolescência), o perfil de riscos, de interações sociais e de exposição a agentes infecciosos se modifica — e com isso, as estratégias vacinais também precisam se ajustar.
A faixa dos 10 anos marca o início de uma nova etapa no desenvolvimento humano, com aumento da exposição a ambientes coletivos e maior autonomia. Nessa fase, o sistema imunológico já amadureceu o suficiente para responder a vacinas específicas, como HPV e meningocócica ACWY. Além disso, é um momento estratégico para revisar o histórico vacinal, pois muitas crianças podem ter perdido reforços anteriores. A imunização correta nesta idade é essencial para consolidar a proteção adquirida na infância e evitar o ressurgimento de doenças preveníveis.
O calendário vacinal do Ministério da Saúde estabelece doses específicas para adolescentes, com destaque para HPV e meningocócica ACWY. A vacinação contra o HPV, antes restrita às meninas, agora inclui meninos de 9 a 14 anos, em dose única. Já a meningocócica ACWY é indicada dos 11 aos 14 anos, com o objetivo de proteger contra formas graves de meningite. Também é o momento para verificar reforços de hepatite B, tríplice viral e difteria/tétano. A atualização adequada do cartão vacinal nesta faixa etária é fundamental para garantir imunidade duradoura.
Entre as vacinas que ganham destaque nessa faixa, estão o HPV, essencial na prevenção de diversos tipos de cânceres relacionados ao vírus, e a meningocócica ACWY, que protege contra meningites potencialmente fatais. Além disso, reforços de hepatite B, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e dT (difteria e tétano) garantem que a proteção adquirida na infância seja mantida. A vacinação adequada nessa idade prepara o organismo para os desafios da vida adulta e contribui para o controle coletivo das doenças.
O papel das farmácias e dos profissionais de saúde torna-se ainda mais relevante nesse contexto. O atendimento farmacêutico deve incluir a verificação da caderneta de vacinação e a oferta ativa de informações sobre vacinas específicas para adolescentes. Além disso, é essencial investir em estratégias de educação em saúde e campanhas em escolas, envolvendo pais e responsáveis. A comunicação clara e baseada em evidências ajuda a combater mitos e aumenta a adesão vacinal.
A partir dos 10 anos, a vacinação deixa de ser apenas uma obrigação da infância e passa a representar uma oportunidade de consolidar a saúde para o futuro. Esse é um momento em que o adolescente pode ser estimulado à autonomia e conscientização sobre o cuidado com o próprio corpo. Profissionais de farmácia e demais agentes de saúde desempenham um papel decisivo nessa fase, garantindo orientação adequada e incentivo à adesão vacinal. Assim, a imunização continua sendo uma das ferramentas mais seguras e eficazes para a proteção individual e coletiva.
AUTOR: DANIEL R ALVES JR.FARMACÊUTICO BIOQUÍMICO: CRF SP 39673. ESPECIALISTA DE TREINAMENTO EM VENDAS, ATENÇÃO FARMACÊUTICA E VACINAÇÃO.
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