O melasma é uma condição dermatológica caracterizada pelo aparecimento de manchas escuras na pele, frequentemente no rosto. Essa desordem é mais prevalente em mulheres e está ligada a fatores como exposição solar, alterações hormonais e predisposição genética. Durante o verão, a exposição ao sol pode intensificar essas manchas, levando muitos especialistas a sugerirem o fim do inverno como a melhor época para iniciar os tratamentos. Mas será que o fim do inverno é realmente a estação ideal para tratar o melasma? Vamos analisar essa questão detalhadamente.
O melasma afeta cerca de 5 a 6 milhões de brasileiros, com maior incidência entre mulheres em idade fértil. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, aproximadamente 90% dos casos de melasma ocorrem em mulheres, especialmente aquelas que usam contraceptivos hormonais ou estão grávidas. Mundialmente, o melasma é uma preocupação significativa em países com alta exposição solar, sendo mais comum em regiões tropicais e subtropicais.
A aplicação diária de protetor solar é fundamental no tratamento do melasma. Protetores com fator de proteção (FPS) 30 ou superior, que protegem contra raios UVA e UVB, são recomendados. Além de prevenir o agravamento das manchas, ajudam a manter a eficácia dos tratamentos tópicos.
Cremes contendo hidroquinona, ácido retinoico e corticosteroides são frequentemente prescritos para clarear as manchas de melasma. Esses produtos atuam inibindo a produção de melanina e promovendo a renovação celular. No entanto, seu uso deve ser monitorado por um dermatologista devido ao risco de irritação e outros efeitos colaterais.
Peelings químicos utilizam ácidos como o glicólico, salicílico e mandélico para esfoliar a camada superficial da pele, promovendo a regeneração celular e clareamento das manchas. Esses procedimentos são geralmente realizados em clínicas dermatológicas e requerem cuidados pós-procedimento rigorosos, incluindo o uso de protetor solar e hidratação intensiva.
Tratamentos com laser e luz pulsada são eficazes para o melasma, pois atingem as camadas mais profundas da pele sem danificar a superfície. Esses procedimentos quebram os depósitos de melanina, reduzindo significativamente as manchas. No entanto, requerem várias sessões e acompanhamento dermatológico para evitar complicações.
Alguns ingredientes naturais, como o extrato de alcaçuz, ácido kójico, vitamina C e niacinamida, têm demonstrado eficácia no clareamento do melasma. Esses ingredientes podem ser encontrados em produtos cosméticos ou utilizados em máscaras caseiras. Embora menos agressivos, esses tratamentos geralmente demandam mais tempo para mostrar resultados.
O microagulhamento é uma técnica que utiliza pequenas agulhas para perfurar a pele, estimulando a produção de colágeno e promovendo a absorção de ativos clareadores. Esse procedimento pode ser combinado com a aplicação de substâncias despigmentantes, potencializando seus efeitos. É uma opção interessante para quem busca tratamentos menos invasivos.
Suplementos orais contendo polypodium leucotomos, um extrato de samambaia, têm sido estudados por suas propriedades fotoprotetoras e antioxidantes. Eles ajudam a proteger a pele dos danos causados pelos raios UV, sendo uma opção complementar aos tratamentos tópicos e procedimentos dermatológicos.
A menor exposição ao sol durante o fim inverno é um dos principais motivos pelos quais essa estação é considerada ideal para tratar o melasma. Durante o fim do inverno, a incidência de raios UVB, que são mais agressivos à pele, é reduzida, diminuindo o risco de hiperpigmentação pós-inflamatória. Além disso, o uso de roupas mais cobridoras e a redução de atividades ao ar livre também contribuem para uma menor exposição solar.
Outro fator importante é que muitos dos tratamentos para melasma, como os peelings químicos e os procedimentos a laser, deixam a pele mais sensível e suscetível aos danos solares. Realizar esses tratamentos durante o fim do inverno minimiza os riscos de complicações e maximiza os resultados. A menor transpiração também facilita a adesão aos cuidados pós-procedimento, como a aplicação de cremes e protetores solares.
Porém, é fundamental destacar que, independentemente da estação, o uso de protetor solar deve ser constante e rigoroso. Além disso, a hidratação adequada e o acompanhamento dermatológico são essenciais para garantir a eficácia dos tratamentos e prevenir recidivas.
Tratar o melasma é um desafio que exige paciência, disciplina e cuidados contínuos. O fim do inverno oferece condições mais favoráveis para muitos tratamentos, reduzindo a exposição solar e potencializando os resultados. No entanto, é importante lembrar que o sucesso no tratamento do melasma depende de uma abordagem multifacetada, combinando proteção solar, tratamentos tópicos e, em alguns casos, procedimentos dermatológicos. Consultar um dermatologista é crucial para identificar a melhor estratégia de tratamento para cada caso, garantindo uma pele mais uniforme e saudável durante o ano todo.
Todas as informações redigidas neste artigo, possuem as seguintes referências: