ATOMOXETINA

UMA OPÇÃO NO TRATAMENTO DO TDAH

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurodesenvolvimental que afeta a capacidade de atenção, controle dos impulsos e, em muitos casos, provoca hiperatividade. Esse transtorno impacta diversas áreas da vida, incluindo as esferas pessoal, acadêmica e profissional.

Embora medicamentos psicoestimulantes, como o metilfenidato e a lisdexanfetamina, sejam amplamente utilizados e considerados os tratamentos de primeira escolha, há pacientes que não obtêm os resultados esperados ou apresentam efeitos colaterais indesejados. Nesses casos, a Atomoxetina pode ser uma alternativa eficaz.

Atenção! O tratamento do TDAH deve ser realizado com a orientação de um profissional de saúde habilitado. Nem todos os pacientes podem se beneficiar da Atomoxetina, e os psicoestimulantes continuam sendo a escolha inicial em parte significante das situações. Este artigo busca esclarecer os aspectos principais desse medicamento, mas sua utilização deve ser decidida exclusivamente por um médico.

COMO A ATOMOXETINA ATUA NO ORGANISMO?

A Atomoxetina pertence ao grupo dos medicamentos não psicoestimulantes e apresenta um mecanismo de ação distinto. Ao contrário dos psicoestimulantes, que aumentam diretamente os níveis de dopamina no sistema nervoso central, a Atomoxetina age como um inibidor seletivo da recaptação de noradrenalina.

Essa substância química regula a comunicação entre os neurônios, e ao impedir sua reabsorção, a Atomoxetina mantém níveis mais elevados de noradrenalina na região sináptica. Isso resulta em melhorias na capacidade de concentração e no controle do comportamento impulsivo.

Além disso, a interação reduzida da Atomoxetina com os receptores de dopamina, especialmente no núcleo accumbens — região associada à sensação de prazer e dependência —, faz com que ela seja uma opção mais segura para pessoas com histórico de abuso de substâncias.

VANTAGENS DA ATOMOXETINA

Em determinadas circunstâncias, a Atomoxetina pode ser mais vantajosa que os psicoestimulantes, especialmente quando estes não são indicados ou apresentam efeitos colaterais problemáticos.

ENTRE SEUS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS, DESTACAM-SE:

  1. Redução dos Efeitos Ansiogênicos: Por não aumentar os níveis de dopamina de forma significativa, a Atomoxetina é menos propensa a causar sintomas de ansiedade, uma queixa comum entre usuários de psicoestimulantes.
  2. Indicação para Pacientes com Tiques ou Ansiedade Pacientes com condições como tiques motores ou transtornos de ansiedade frequentemente têm seus sintomas agravados com o uso de psicoestimulantes. A Atomoxetina é uma alternativa viável nesses casos, pois não intensifica essas manifestações.
  3. Ação Gradual e Constante: A Atomoxetina pode levar de duas a três semanas para começar a produzir efeitos notáveis, mas sua ação é mais estável, o que evita a flutuação de sintomas durante o dia e o chamado “efeito rebote”.
  4. Segurança para Pacientes com Doenças Cardíacas: Em comparação com os psicoestimulantes, que podem impactar de maneira mais intensa a frequência cardíaca e a pressão arterial, a Atomoxetina apresenta um perfil cardiovascular mais seguro.
  5. Adequação para Pacientes com Histórico de Abuso de Substâncias: Por não estar associada ao risco de dependência química, a Atomoxetina é uma opção preferencial para indivíduos com histórico de abuso de drogas ou álcool.

POSSÍVEIS REAÇÕES INDESEJADAS

Embora a Atomoxetina seja considerada segura, ela pode causar efeitos colaterais em alguns pacientes, incluindo:

  • Redução do apetite;
  • Boca seca;
  • Sonolência;
  • Aumento leve da pressão arterial e frequência cardíaca.

Mesmo que essas reações sejam, em geral, menos intensas do que as provocadas por psicoestimulantes, o uso do medicamento deve ser sempre acompanhado por um médico, que poderá ajustar o tratamento conforme necessário.

PARA QUEM A ATOMOXETINA É INDICADA?

A Atomoxetina é recomendada para pacientes que apresentam dificuldades significativas com o uso de psicoestimulantes, seja devido a efeitos adversos graves, seja por contraindicações relacionadas a condições pré-existentes, como tiques, transtornos de ansiedade ou problemas cardíacos.

Apesar disso, é importante lembrar que a Atomoxetina não é a primeira linha de tratamento para o TDAH. Seu uso é geralmente reservado para casos específicos, onde os psicoestimulantes não são viáveis ou eficazes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A introdução da Atomoxetina como uma opção terapêutica para o TDAH representa um avanço no manejo do transtorno, especialmente para perfis específicos de pacientes. No entanto, é crucial reforçar que o diagnóstico e o acompanhamento devem ser realizados por médicos especializados.

Nem todos os pacientes com TDAH serão candidatos ao uso desse medicamento, e os psicoestimulantes continuam sendo a principal recomendação em muitos casos. Assim, cada decisão terapêutica deve ser personalizada, considerando as necessidades e condições individuais do paciente.

Se você ou alguém próximo convive com o TDAH, procure um profissional de saúde qualificado para explorar as opções de tratamento mais adequadas. O acompanhamento médico é essencial para garantir segurança, eficácia e qualidade de vida.

Todas as informações redigidas neste artigo, possuem as seguintes referências:

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